domingo, 20 de dezembro de 2009

Amiga, isso vai passar. Vai mesmo!


“Vai passar, tu sabes que vai passar.

Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe?

O verão está ai, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada “impulso vital”. Pois esse impulso às vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento, te surpreenderás pensando algo como “estou contente outra vez”. Ou simplesmente “continuo”, porque já não temos mais idade para, dramaticamente, usarmos palavras grandiloqüentes como “sempre” ou “nunca”.

Ninguém sabe como, mas aos poucos fomos aprendendo sobre a continuidade da vida, das pessoas e das coisas. Já não tentamos o suicídio nem cometemos gestos tresloucados. Alguns, sim – nós, não. Contidamente, continuamos. E substituímos expressões fatais como “não resistirei” por outras mais mansas, como “sei que vai passar”. Esse é o nosso jeito de continuar, o mais eficiente e também o mais cômodo, porque não implica em decisões, apenas em paciência.

Claro que no começo não terás sono ou dormirás demais. Fumarás muito, também, e talvez até mesmo te permitas tomar alguns desses comprimidos para disfarçar a dor. Claro que no começo, pouco depois de acordar, olhando à tua volta a paisagem de todo dia, sentirás atravessada não sabes se na garganta ou no peito ou na mente – e não importa – essa coisa que chamarás com cuidado de “uma ausência”.

E haverá momentos em que esse osso duro se transformará numa espécie de coroa de arame farpado sobre tua cabeça, em garras, ratoeira e tenazes no teu coração.

Atravessarás o dia fazendo coisas como tirar a poeira de livros antigos e velhos discos, como se não houvesse nada mais importante a fazer. E caminharás devagar pela casa, molhando as plantas e abrindo janelas para que sopre esse vento que deve levar embora memórias e cansaços.

Contarás nos dedos os dias que faltam para que termine o ano, não são muitos, pensarás com alívio. E morbidamente talvez enumeres todas as vezes que a loucura, a morte, a fome, a doença, a violência e o desespero roçaram teus ombros e os de teus amigos. Serão tantas que desistirás de contar.

Então fingirás – aplicadamente, fingirás acreditar que no próximo ano tudo será diferente, que as coisas sempre se renovam. Embora saibas que há perdas realmente irreparáveis e que um braço amputado jamais se reconstituirá sozinho. Achando graça, pensarás com inveja na lagartixa, regenerando sua própria cauda cortada. Mas no espelho cru, os teus olhos já não acham graça. Tão longe ficou o tempo, esse, e pensarás, no tempo, naquele, e sentirás uma vontade absurda de tomar atitudes como voltar para a casa de teus avós ou teus pais ou tomar um trem para um lugar desconhecido ou telefonar para um número qualquer (e contar, contar, contar) ou escrever uma carta tão desesperada que alguém se compadeça de ti e corra a te socorrer com chás e bolos, ajeitando as cobertas à tua volta e limpando o suor frio de tua testa.

Já não é tempo de desesperos. Refreias quase seguro as vontades impossíveis. Depois repetes, muitas vezes, como quem masca, ruminas uma frase escrita faz algum tempo.

Qualquer coisa assim..."
(Caio Fernando Abreu)

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Looking for Paradise


Enquanto ouvia essa música http://www.youtube.com/watch?v=CpTv-uzZ0zM, me peguei pensando o que me faz sentir no paraíso, então pensei nessas coisas...

O meu paraíso eu acho que é a música, os livros, escrever.
Meu paraíso é tomar banho de chuva, é comer brigadeiro quente na panela e strognoff de carne da minha madrinha.
É cheiro de bolo de chocolate assando no forno.
Meu paraíso é chorar vendo um filme triste, ouvindo uma música triste, e perceber q a vida é tão, tão simples...
Meu paraíso é ver meus priminhos fofos rindo e sendo crianças felizes, é olhar pro meu namorado, aproveitar o silencio entre nós dois
Meu paraíso é o Natal em familia e a esperança de um ano novo melhor.
Meu paraíso são meus amigos também.
Juro, eu acho que experimento um pouco de paraíso todos os dias, talvez porque eu consiga enxergar o que ninguém mais vê, ou talvez porque eu simplesmente seja louca mesmo...


E o seu paraíso qual é?

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Um acordeão e um violão...

Sentada no sofá velho da sala de espera, aguardo, ansiosa, minha segunda aula de violão começar. Ao meu lado, um senhor – igualmente ansioso – também está à espera de algo que ainda não sei o que é. Em minha mente criativa, imagino que tal homem, com paciência e devoção, aguarda quem sabe um neto terminar sua aula para, gentilmente, levá-lo de volta para casa.

Enquanto os minutos passam, o silêncio é quebrado pelo som vindo de uma das salas, uma voz de adolescente cantando uma música qualquer. Ouço a voz daquele senhor se dirigindo a mim. Faz calor, e aquela voz de gente idosa torna a cena ainda mais monótona e cansativa.

Ele me fala como se me conhecesse há muito tempo, como se eu também fosse sua neta ou algo assim. Ele me fala como quem diz algo muito importante a alguém, e fala como se realmente soubesse exatamente o que quer dizer. Fala com voz de gente que já viveu muito, mas que, de algum modo, ainda deseja viver muito mais.

Ele me fala sobre a música. Sobre o acordeão que comprou há poucos meses, sobre seu sonho de tocar tal instrumento. Sonho que persistiu por décadas, que sobreviveu à época de seus filhos e netos, de sua infância numa chácara. Sobreviveu, inclusive, à desilusão de perder toda uma herança, de não sei quantos mil hectares de terra – deixados por sua mãe – e que foram tomados dele por algum mercenário desse mundo injusto.

“Tenho duas paixões nessa vida: a música e a lei”,
é o que ele repete duas ou mais vezes, com olhos que não olham para mim, mas que enxergam algo que eu não posso ver. Por terem passado a perna nele e por terem roubado toda sua herança, ele aprendeu uma lição que muitos até hoje não tiveram a capacidade de aprender. Ele passou a se interessar por algo que quase ninguém ousa querer saber: ele foi ler sobre as leis, conhecer seus direitos, para que nunca mais se sentisse lesado ou enganado.

E é assim até hoje. Pelas suas rugas profundas, acredito que o senhor tenha lá seus 70 e tantos anos, provavelmente muito bem vividos e aproveitados. Ele me conta que tem uma filha advogada e que ama conversar com ela sobre esses assuntos que a maioria detesta. E ainda me dá um conselho: para que eu leia o Código Civil e que entenda também as outras leis que me serão úteis num futuro bem próximo.

Ele tem outras duas filhas, uma engenheira e uma que começou três faculdades e não terminou nenhuma. Essa se casou e hoje já não importa se fez faculdade ou não. O senhor ao meu lado volta a falar da música e eu posso jurar que quase vejo nele um pouco do que eu também sinto.

Assim como o violão é para mim, o acordeão é para ele. Eu, aos 22 anos, ele, aos mais de 70. Ambos estamos ali naquela sala porque nos apaixonamos por algo e quisemos tornar nossos sonhos realidade. Assim como eu, ele também anda achando mais difícil do que imaginava, mas peço para que ele não desista... não quero que ele desista simplesmente porque de repente eu gosto daquele senhor, gosto do seu acordeão que nem cheguei a ver - ou a tocar - e gosto, principalmente, daquela vontade que ele tem de aprender algo novo, mesmo estando já um bocado velho...

Insisto para que ele não desista e, ao mesmo tempo, insisto a mim mesma para que também não desista. Se ele pode, eu também posso, é nisso que penso enquanto meu bom velhinho é chamado para começar sua aula e eu lhe desejo boa sorte.

Uns minutos depois, ouço um som tomar forma e cor. Imagino aquelas mãos velhas e cansadas empurrando e puxando um instrumento que nem sei como se toca. Ouço uma música tão bem tocada que quase me sinto enganada: ele não toca mal, ele só é muito modesto mesmo. É a sua décima aula e ele já toca bem o bastante para que eu comece a gostar de escutá-lo.

Posso jurar que teria chorado se não estivesse tão calor! Aquela música, aquele senhor sem nome, aquele sonho tão inocente e tão real... Sei lá, ele me fez sentir mais gente nessa tarde, mesmo não sabendo exatamente o porquê.

É a vez da minha aula começar. Minha espera terminou, então eu pego meu violão e dou mais um passo rumo à minha paixão pela música. Penso naquele senhor e seu acordeão, penso que, se tiver sorte, na semana que vem, no mesmo lugar e no mesmo horário, eu terei de novo outra oportunidade de aprender algo com alguém que sabe tanto.

Ainda penso nisso, naquela música, naquele homem. Não sei explicar, só sei que, durante nossa vida, alguns momentos inesperados acontecem e você não sabe muito bem o que fazer com eles. Não sabe se os guarda em algum lugar da memória, não sabe o que realmente aprendeu com eles, só sabe que foram momentos especiais e únicos e que, de alguma maneira, eles mudaram seu futuro para sempre. Eles te ajudaram a definir a pessoa que você será no dia seguinte e contribuíram para que você entendesse mais do que a vida é feita, do que habita o mundo.

Foi assim comigo nessa tarde. Um velho sentado ao meu lado, numa sala de espera em uma tarde quente de primavera, me fez ver algo que eu não via há muito tempo, ou talvez algo que eu nunca cheguei a enxergar.

Foi bonito, foi mágico e foi para sempre, mesmo que tenha durado apenas alguns instantes...

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Time, always time...

O tempo não passa, ele voa.
Mas não voa como um pássaro pequeno, sem pressa, apenas passeando e admirando a paisagem. Não!

Ele voa como a ave mais rápida, voa com tanta rapidez que, de repente, eu o perco. Eu me perco.

E já nem sei mais onde foram parar os dias e anos que deixei de viver...

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Viver às vezes incomoda...


Havia nela aquela expressão de gente feliz.
Era feliz de verdade?
A resposta para tal pergunta variava tanto quanto as roupas que era capaz de usar durante uma semana inteira, ou quem sabe o mês todo. A felicidade é apenas relativa, ela achava, relativa como o sorriso que via nas crianças que conhecia. No momento seguinte elas poderiam chorar, mesmo que por uma dor tola ou um susto passageiro, e então a felicidade se esvaía em cada lágrima que caísse.
Assim era a felicidade dela também, frágil como a de uma criança, passageira como de gente já crescida.
Mas isso não importava agora.
Não era a felicidade – ou a falta dela – que a incomodava.
Nem mesmo era o frio de final de outono, tão corajoso de aparecer ali, naquela cidade dominada pelo calor, tão ilusório e temporário como sorvete, que vai derretendo e se alastrando e, por fim, se transformando em nada.
Não, o frio, mesmo inesperado e insosso, não a incomodava. No fundo, ela até gostava daquela sensação, da pele quase arrepiada, da roupa quente encostada na pele.
O que a incomodou naquele momento era ainda mais amplo e forte.
Era a vida como um todo que vinha de encontro a ela, a vida infame e inútil, tediosa e, de algum modo, certa demais. Ao menos era isso o que a vida dela aparentava ser, certa demais para quem olhasse de fora. De dentro, ela enxergava toda aquela certeza se transformar num incômodo incontrolável e repentino.
Ela não era feliz, nem com toda aquela vida certa e adequada. Não era feliz, não naquele momento. E o que era a felicidade, no final das contas?
Era a vida que a incomodava, e disso não poderia fugir. O incômodo de viver – e ser apenas quem já era – permaneceria ali para sempre, como uma companhia não desejada que jamais vai embora.
Mas tudo bem, pensou, porque o bolo de chocolate quentinho que saía do forno a fez lembrar de que a vida – por que não? – também podia ser um tanto doce e um tanto boa às vezes.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Fragmento

" E de novo então me vens e me chegas e me invades e me tomas e me pedes e me perdes e te derramas sobre mim com teus olhos sempre fugitivos e abres a boca para libertar novas histórias e outra vez me completo assim submisso, te mastigo dentro de mim enquanto me apunhalas com lenta delicadeza deixando claro em cada promessa que jamais será cumprida, que nada devo esperar além dessa máscara colorida, que me queres assim porque é assim que és..."
(Caio Fernando Abreu)

Encontros & Desencontros

Mais uma amiga de faculdade vai embora nesse fim-de-semana. Daqui a pouco, se eu resolver ir embora, os amigos que estarão presentes na minha despedida serão 2 ou 3, porque todos os outros já terão partido antes de mim...

São nessas horas em que eu acabo pensando nessa frase de Caio Fernando Abreu: "Natural é as pessoas se encontrarem e se perderem". Ela faz muito sentido, ainda mais nesse atual momento que minha vida está.

Mesmo que eu acredite que realmente seja natural se encontrar e se perder de alguém, ainda não consigo lidar com isso da melhor maneira. Para mim, mesmo depois de tantas partidas e de tanto adeus, ainda assim é complicado me despedir de alguém que gosto.

Sei lá, parece que, quanto mais pessoas se vão, mais espaços vazios vão ficando dentro da gente, como se algo fizesse falta, alguém para completar a vida e o cotidiano de antes.

Quem sabe um dia eu aprenda, quem sabe as partidas um dia se tornem naturais para mim também, e quem sabe eu passe a aceitar isso como aceito qualquer outra coisa comum que aconteça. Quem sabe um dia eu aprenda a dizer adeus sem sentir essa coisa meio estranha que sinto toda vez que alguém vai embora. Essa coisa estranha, que não chega a ser ruim, mas que também não consegue ser boa. Essa coisa estranha como uma saudade prévia, uma sensação de que logo vou começar a sentir falta de tal pessoa, e que serei obrigada a conviver com isso.

Acho que, no fim, dar adeus é mais uma de tantas outras coisas inevitáveis nesse mundo, mas que, mesmo assim, machuca um pouquinho e me acaba me deixando um pouco triste, um bocado melancólica e um tanto nostálgica.

Sam, te desejo toda sorte nessa nova etapa da sua vida, que tudo dê certo e que, se não der, que você volte para cá, passe num super concurso e combine uma nova ida ao Ti Batata, dessa vez para gente comemorar seu primeiro salário mara :)) Te adoro ;**

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Glee!


Pára tudo!

Até que enfim uma série que me faz feliz.

House me faz pensar nas milhares de doenças que eu posso ter, Lost só me deixa mais perdida ainda, Brothers & Sisters me obrigada a analisar minhas relações com as pessoas, Vampire Diaries me faz suspirar e por aí vai...

Algumas até me fazem rir, mas Glee, que estreiou ontem na FOX, me fez feliz!!

Quase não ri porque não é necessariamente uma comédia, mas fiquei feliz porque música serve pra isso mesmo, pra mudar nosso estado de espírito e pra nos fazer pensar: até que a vida é boa!!

Enfim... tenho certeza que vou viciar, baixarei as músicas, assistirei aos vídeos várias vezes no youtube e ficarei com uma vontade danada de cantar que nem eles.


Ai ai quero participar de um coral como aquele eheehhe

domingo, 25 de outubro de 2009

Um dia de domingo

Por que os domingos geralmente são os dias mais entediantes? Acho que o principal motivo é que ele antecede segunda-feira, e isso por si só já é um problemão.
Por sorte, hoje acordei só 11h, com meu celular tocando. Era meu namorado, e isso fez com que o dia começasse melhorzinho :)
Daí resolvi levantar da cama, depois de enrolar por uns 5 minutos. Almocei feijoada, o que combinou com o tempo nublado e o vento fresquinho.
Passei a tarde toda no MSN, conversando com gente de MG, de SC, e SP...
De tão entediada, quase assisti Romeu & Julieta versão velha, mas daí eu percebi a tempo que isso só iria me deprimir ainda mais.
Decidi fazer brigadeiro, mas como isso tomaria pouco tempo, decidi então fazer um bolo.
Bolo nega maluca.
Bolo nega maluca que não deu certo! Como alguém erra uma receita tãooooo fácil? Não sei, mas eu consegui essa façanha!
Foi triste, porque eu realmente tava com uma vontade gigantesca de comer bolo.
Voltei pro pc, e fui intercalando com a TV até não aguentar mais digitar.
Resolvi me dedicar exclusivamente à televisão, o que não é uma boa ideia em pleno domingo.
Entre Faustão e Eliana, acabei encontrando filmes na tv paga. São nessas horas que eu agradeço a Deus por isso existir!
Por fim, peguei na HBO o filme de Sex and the City e fiquei nisso até meu namorado resolver aparecer.
O dia melhorou de novo :)
Juntos, assistimos ao filme até o final. Foi bonitinho e divertido.
Voltei pro pc, para checar a programação dos TeleCines e acabamos escolhendo O Hospedeiro, no Tele Cine Cult. Já sabia que era péssimo, mas me diverti com aquele mostrengo-peixe.
Meia hora depois, mudamos para a HBO Plus porque ia começar o Quebrando a Banca, que eu já queria assistir faz tempo.
E foi assim até agora. O filme acabou, ele foi embora e eu voltei para o pc.

Domingo é assim, dia de perder tempo com o Twitter, com a TV e com o MSN. Dia de se meter na cozinha, mesmo que a receita não dê certo. Dia de namorar, e namorar mais e mais.
Dia de dormir. De ouvir a risada escandalosa da minha mãe quando assiste a um filme do Jackie Chan. Dia de assistir qualquer filme!
E dia de se preocupar com a segunda-feira que tá quase chegando.
O bom é que logo logo já chega outro domingo e a gente pode viver tudinho de novo, ou viver outras coisas ainda melhores.
E eu já me dou por satisfeita.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Melhores do dia

"Sei que pretendia dizer alguma coisa muito especial pra você, alguma coisa que faria você largar tudo e vir correndo me ver".

"Contarás nos dedos os dias que faltam para que termine o ano, não são muitos, pensarás com alívio".

"Amor não resiste a tudo, não. Amor é jardim. Amor enche de erva daninha".

"Mas eu tinha que ficar contente. E quando você quer, você fica. Comecei a ficar".

"Tá certo que o sonho acabou, mas também não precisa virar pesadelo, não é?"

"Sempre há alguma coisa que falta. Guarde isso sem dor, embora, em segredo, doa".

(Caio Fernando Abreu)

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Por não estarem distraídos


(Clarice Lispector)


"Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que por admiração se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles.

Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque – a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras – e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração. Como eles admiravam estarem juntos!

Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso.

Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram.

Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios.

Tudo, tudo por não estarem mais distraídos".

Distração


(Christiaan Oyens e Zélia Duncan)


Se você não se distrai
O amor não chega
A sua música não toca
O acaso vira espera e sufoca
A alegria vira ansiedade
E quebra o encanto doce de te surpreender de verdade

Se você não se distrai
A estrela não cai
O elevador não chega
E as horas não passam
O dia não nasce
A lua não cresce
A paixão vira peste
O abraço, armadilha

Se você não se distrai
Não descobre uma nova trilha
Não dá um passeio
Não ri de você mesmo
A vida fica mais dura
O tempo passa doendo
E qualquer trovão mete medo
Se você está sempre temendo a fúria da tempestade


Hoje eu vou brincar de ser criança
E nessa dança, quero encontrar você
Distraído, querido
Perdido em muitos sorrisos
Sem nenhuma razão de ser

Olhando o céu, chutando lata
E assoviando Beatles na praça
Olhando o céu, chutando lata
Hoje eu quero encontrar você

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Cidade Morena


Porque eu amo Campo Grande.
Além de linda, ela é colorida, e só quem mora aqui (ou já passou por aqui algum dia) conseguiria entender minha definição de "colorida".
Ela tem árvores e ar puro, e você pode andar nas ruas sem morrer de medo de ser assaltado.
Enfim... ela é a MINHA cidade, e olha que já morei em outras tantas...
Eu escolhi ficar aqui, e é aqui que meu corpo vai permanecer pra sempre embaixo da terra, quando eu for morar lá no Céu =)
** Foto tirada num fim de tarde especial, no Parque das Nações Indígenas. Amo!

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Quem vê pensa que sabe cozinhar...

Resolvi fazer um post hoje só pra dividir uma super receita, mega fácil, que peguei nesses dias pela net e que é bem mara =)

Acho que chama Palitinhos de Queijo, não lembro direito xD

Enfim...

É só pegar algumas fatias de pão de forma e cortar algumas tiras, nem muito grossas, nem muito finas. Aí tem que distribuir todas numa forma (quadrada, redonda, tanto faz...) e ir jogando por cima azeite, de pedaço em pedaço. Depois, é só jogar queijo parmesão em cima de cada pedaço, com paciência, é claro. Eu (que sou fresca e acho parmesão muito forte) incrementei a receita jogando um pouco de queijo mussarela ralado, porque daí coloco menos parmesão e fica mais do meu gosto.
Coloca no forno por uns 10, 15 minutos (cuidado pra não queimar!) a 180 graus e puF: tá pronto pra devorar =)

De boa... eu fiz 3 vezes nessa semana, sendo que hoje ainda é quinta-feira xDD Tô me policiando pra não viciar, mas tá difícil!

É uma ótima dica de aperitivo para quem recebe de surpresa alguma visita em casa, muito fácil de fazer. Sem contar que também serve para os vegetarianos :P

Espero que alguém se anime a experimentar... e que goste, é claro =)

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Aprendendo a voar


Me deu uma vontade danada hoje de postar por aqui.

Na terça-feira passada aproveitei a promoção do Cinemark para assistir a UP - Altas Aventuras, e foi um bocado confuso.

Confuso porque minha irmã, minha prima e eu fomos crentes de que seria uma deliciosa comédia, e é sempre mais divertido rir com os desenhos, sei lá, a alegria infantil, de um certo modo, sempre me faz mais feliz.

Então fomos, porque queríamos - e precisávamos - rir um pouco. Ou muito.

Não é estranho o poder que o riso geralmente tem sobre a gente?

Enfim... fomos. Mas não rimos.

Primeiro porque fomos enganadas pelo trailer do filme, que nos fez acreditar que era uma comédia. Não há nada de engraçado em UP!!

É uma tragédia sem fim aquele desenho! Uma desgraça atrás da outra e, como já era de se esperar, uma lágrima atrás da outra. Pelo menos pra mim e pra Paty também, porque a Anne é uma sem coração que não chora por nada xD

Foi isso. Nada de riso, só lágrimas.
E não é estranho também o poder que o choro geralmente tem sobre a gente?

Chorei tanto que não consegui mais respirar pelo nariz. Chorei tanto que fiquei triste, triste mesmo, e um tanto infeliz.

Vai parecer bizarro, mas foi essa infelicidade que me fez feliz de novo.

Um dos desenhos mais lindos desse mundo todo. Simples, sutil, emocionante e, como todo filme destinado às crianças deveria ser, um tanto puro e inocente também, porque isso é mais do que fundamental nos dias de hoje.

Eu recomendo mil vezes: todo mundo tem que assistir.

É sempre bom lembrar que os sonhos não fazem mal a ninguém.
Eu também queria - por que não? - me amarrar a alguns balões e ir voando até um lugar bem distante, só para então descobrir que a maior aventura de todas, que cada um de nós já enfrenta todos os dias, se chama Vida,
E que isso, por si só, é a coisa mais emocionante que a gente pode querer.

sábado, 8 de agosto de 2009

"Mas a luta continua.
Fui obrigado a trazer para dentro de casa uma fragilíssima árvore japonesa da felicidade, no momento reduzida a uma minúscula folhinha verde.

Cuido, olho, coloco no Sol, rezo.

Há situações em que o máximo que se pode fazer é rezar.

E esperar, claro, entre suspiros."


- Caio Fernando Abreu

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Melhores filmes (?)


1835 leitores participaram da promoção da revista MONET e escolheram seus 50 melhores filmes do século 21.

Fiquei surpresa por ainda não ter assistido 12 deles, e mais surpresa ainda por aparecerem nomes como Dogville (péssimooo), Crepúsculo (eu adoro os livros e tô ansiosa esperando o Lua Nova nos cinemas, mas o primeiro filme é muito mal feito e tosco, só tá na lista porque é modinha!), Moulan Rouge (que até hoje não sei porque diabos é tão famoso e idolatrado, chato demaisss!), Amor Pra Recordar (choro toda vez que assisto, mas entrar nos top 50 é meio exagero...) e Marley & Eu (decepção pra quem já leu o livro antes).

O resto dos comentário eu faço ao lado do filme na lista abaixo. Só lembrando que os únicos brasileiros na lista são Cidade de Deus e Tropa de Elite.


Aí vai a lista completa. Os que tão em verde é porque eu acho que merecem estar na lista, os de vermelho não são dignos a isso (na minha humilde opinião!) e os de cor preta normal são os que eu AINDA não vi ;)

1. Menina de Ouro (emocionante)
2. O Segredo de Brokeback Mountain (chocante e fascinante)
3. O Senhor dos Anéis (Trilogia) (inovador)
4. O Pianista (rio de lágrimas)
5. Crepúsculo (pura modinha, espero que o Lua Nova eleve o padrão)
6. Cidade de Deus (pelo que representa ao cinema nacional)
7. Batman - O Cavaleiro das Trevas (bom, mas nem tanto)
8. Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças (adoroooo!)
9. Piaf - Um Hino ao Amor (quero muito ver)
10. Pequena Miss Sunshine (perfeitinho e simples)
11. O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (encantador)
12. Crash - No Limite (um dos melhores ever)
13. Uma Mente Brilhante (detesto!)
14. O Curioso Caso de Benjamin Button (roteiro excepcional e efeitos especiais idem)
15. Quem Quer Ser um Milionário? (a verdadeira face da Índia, muito, muito bom)
16. Harry Potter e a Pedra Filosofal (Paty e Carol, não me matem por isso!)
17. Shrek (bom, mas nem tanto)
18. Procurando Nemo (bom, mas nem tanto)
19. A Queda - As Últimas Horas de Hitler (recomendo sempre, excepcional)
20. Um Amor para Recordar (muito bom, mas só para as mulheres apaixonadas)
21. Closer - Perto Demais (já valeria só pela song The Blower´s Daughter)
22. Moulin Rouge - Amor em Vermelho (prefiro nem comentar...)
23. À Procura da Felicidade (bom, mas nem tanto)
24. Cidade dos Sonhos (cheguei a ver uma parte, mas é cult demais para mim)
25. Efeito Borboleta (bom, mas nem tanto)
26. O Escafandro e a Borboleta (sou doida pra ver)
27. O Labirinto do Fauno (idem)
28. O Som do Coração (lindíssimo e fofo²³²)
29. Sobre Meninos e Lobos (finais inesperados sempre são dignos...)
30. Wall-E (não faço questão...)
31. Tropa de Elite (fenômeno de público "pirata", e inesperadamente gostei dele)
32. Kill Bill (1 e 2) (divertido e diferente à la Tarantino)
33. P.S. Eu Te Amo (choro tanto que nem sei)
34. Dogville (o pior de todos... e é chato!)
35. A Viagem de Chihiro
36. A Vida dos Outros
37. Marley & Eu (nem chega a ser bom)
38. Volver (não vi ainda porque detesto o sotaque forçado que a Penelope Cruz insiste em manter só pra provar que é latina)
39. Fale com Ela
40. As Invasões Bárbaras (surpreendentemente ótimo!)
41. Piratas do Caribe (Trilogia) (bom, mas nem tanto)
42. Os Infiltrados (vale à pena)
43. O Código da Vinci (tosco¹²)
44. Desejo e Reparação (adoro!)
45. Diário de uma Paixão (choro tanto que nem sei - 2)
46. Antes de Partir (quase assisti na semana passada, mas logo verei)
47. A Paixão de Cristo (sofrimento único)
48. A Vida De David Gale
49. Diamante de Sangue (ótimo)
50. Eu Sou a Lenda (nem faço questão, mas talvez assista um dia)


Senti falta de O Jardineiro Fiel, Mamma Mia, Babel, 21 Gramas, Diários de Motocicleta, Hotel Ruanda, Juno e Mar Adentro, entre outros que não lembro agora, mas enfim, gosto é gosto...

Retorno meus posts hoje e espero escrever aqui mais vezes ;)

terça-feira, 14 de julho de 2009

Sobre o que estava pensando agora...


Há sempre um momento em que se percebe que a vida é isso. A vida é seus pais brigando, sua irmã assistindo TV com você. A vida não passa de bebês virando crianças e de seus avós ficando mais e mais velhos. A vida não é nada além de pensamentos de amor, e a maldita espera para que o telefone toque. Ou o e-mail chegue.
Sabe? Vez ou outra acontece esse curto espaço de tempo em que se percebe que lágrimas também são vida, e que gritos também são. O sol, a noite, ainda mais a chuva, tudo isso é a vida em formas e cores variadas. Inclusive as palavras, ditas ou não ditas, e a formiga que você matou ontem pisoteada, isso é puramente vida. E é vida, inclusive, o que se deixou de viver, o que não se aproveitou e o amor que você esqueceu de retribuir.
O passado é vida, às vezes até demais. E o que ainda nem se viveu já é vida antes mesmo do primeiro suspiro. É vida o livro, a poesia, o cinema. O sorriso é vida, assim como aquela árvore velha que só causa sujeira, e sombra. É vida a angústia que se sente, o medo, e o desespero é a vida, com pressa. Mesmo a morte é vida, do tipo que cansou de ser o que era e resolveu tirar umas férias – tentar novos caminhos. Morrer é a vida que escolheu ser outra coisa.
A vida é isso. E esse momento de descoberta de que a vida é tudo e está em tudo me causa uma vontade gigantesca de querer cada pedaço vivo que rodeia e enfeita os dias e as noites.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

L.O.V.E


"É tão difícil falar e dizer coisas que não podem ser ditas.
É tão silencioso.
Como traduzir o silêncio do encontro real entre nós dois?
Dificílimo contar.
Olhei pra você fixamente por instantes.
Tais momentos são meu segredo.
Houve o que se chama de comunhão perfeita.
Eu chamo isto de estado agudo de felicidade".

-Clarice Lispector

terça-feira, 9 de junho de 2009

...


When you try your best, but you don't succeed
When you get what you want, but not what you need
When you feel so tired, but you can't sleep
Stuck in reverse


And the tears come streaming down your face
When you lose something you can't replace
When you love someone, but it goes to waste
Could it be worse?

And high up above or down below
When you're too in love to let it go
But if you never try, you'll never know
Just what you're worth.

Lights will guide you home
And ignite your bones
And I will try to fix you.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

A dor no rim esquerdo

Hoje de manhã, acordei péssima, cara deformada, um sono da pega.
Fui até a clínica fazer uma ultrasonografia da bexiga e trato urinário. Passei o maior frio na sala de espera, por mais de meia hora, até que um senhor bondoso fez a gentileza de fechar a porta por onde o vento congelante estava entrando.
O meu primeiro pensamento foi de gratidão ao velho, que não estava com tanto frio assim, mas de certo percebeu o meu desespero, eu tremendo toda, e o fato de eu ODIAR passar frio O segundo foi: por que eu não tive antes a idéia de fechar essa maldita porta?
Depois da meia hora de frio, enfim chamaram meu nome.

A sala escura, o médico começa o interrogatório:

- Tá com a bexiga cheia, né?
- Tô, tô sim.
- Então OK. Veio fazer o exame porque está sentindo alguma dor?
- Não, eu vim porque ando fazendo muito xixi daí quero saber o que é.
- Tudo bem, deita aqui, por favor.

...

- Você não tem vesícula?????!!
- Não, não, eu tirei faz um tempinho...

....

- Esse rim aqui tá perfeito, uma maravilha, agora deita para o outro lado, respira e prende o ar...
- Ok.
- Tá doendo?
- Tá sim, um pouco.. (tava muito!)
- Deve ser por causa dessa pedra aqui, tá vendo?
- Ahh... tô sim. Uma vez eu tive uma, mas faz tempo.
- Quanto tempo?
- Vixi... sei lá, acho que há uns 2 anos...
- Agora tem uma de novo, mas tá vendo? Ela tá bem paradinha ali.
- Hum...
...

- Você toma pouca água?
- Não, tomo muito até, já que vivo mijando...



E puFF. Meia hora de frio para ficar menos de 5 minutos ali deitada, vendo uma pedra que não se mexe e sentir uma puta dor no rim esquerdo.
O pior não é isso. O pior é mijar o tempo todo por causa de uma pedra!! Não sinto dor, mas ficar indo ao banheiro é um saco, sem contar que levantar no meio da noite nesse friozinho é péssimo.
O bom disso tudo é que, ao ter uma pedra no rim, os outros problemas até parecem menores, se comparados com a dor que eu posso vir a sentir se a maldita resolver descer ai ai
Agora fico num empasse: tomo muita água porque sei que isso é necessário e importante para que não apareçam novas pedras e morro de tanto fazer xixi ou bebo menos água, fico livre de ir ao banheiro toda hora mas corro o risco de morrer afundada em pedras?
E depois dizem que minha vida é fácil... xD
Deixa eu ir estudar Administração Pública que eu ganho mais =)

sábado, 6 de junho de 2009

Pela manhã...

Hoje eu acordei e percebi que sábado é meu dia preferido da semana, acho que sempre foi.
Acordei com minha mãe me chamando, dizendo para eu arrumar o quarto antes de sair (vamos almoçar na minha avó).
Pensa num quarto desarrumado, pois o meu tava pior! Às vezes nem sei como consigo viver em meio a tanta bagunça, roupas espalhadas, sem falar das apostilas, cadernos, canetas, os controles remotos da TV, aquela muvuca... e tudo num espaço relativamente pequeno, conhecido como quarto da Laura.
O pior é que, por natureza, não sou algúem bagunçado, sou virgiana pow!! Metódica e perfeccionista e gosto de tudo planejado e certinho, então por que meu quarto não é um reflexo exato disso?
Então, nesse sábado, meu dia preferido, acabei pensando, enquanto arrumava a bagunça toda, no motivo pela qual eu junto tanta porcaria e deixo tudo fora do lugar e acabei achando uma explicação um tanto razoável: porque meu quarto reflete um pouco da pessoa que eu queria ser misturado com a pessoa que eu me permito ser só um pouquinho.
Eu já preciso controlar todos os outros aspectos da minha vida, ao menos meu quarto é o lugar onde me permito relaxar de tantas obrigações bestas e me permito ter a parte mais bagunçada da minha vidinha. E olha que eu ando vivendo muitooo dentro do meu quarto ultimamente...
Mesmo assim, é inevitável que uma vez por semana, geralmente aos sábados, eu organize tudo, na medida do possível. Ainda mais no frio que estava, nem a cama eu arrumava, afinal, eu logo voltava para ela antes mesmo de poder arrumá-la xD
Enfim... meu quarto anda bagunçado porque minha vida talvez ande assim também, meio sem rumo, sem vontade, sem destino certo, então para que organizar algo se o resto não está assim? Ou talvez eu só ande com preguiça mesmo, e isso com certeza seria o mais aceitável. Mas é só no bendito quarto!
No resto da casa, eu ainda fecho o box toda vez que saio do banho, e organizo os tapetes do banheiro, e varro o chão da cozinha quando derrubo bolacha, de deixo as almofadas do sofá no lugar que estavam antes, e lembro de fechar todas as janelas do apartamento quando a chuva está por vir, e estaciono o carro do jeito mais certinho que consigo etc. Mas só no quarto que eu me torno essa pessoa desleixada, então vai entender...
Sábado não é meu dia preferido porque é quando arrumo a bagunça. Talvez essa até seja uma partezinha do motivo, mas não é a maior, claro! Eu amo o sábado porque é nele que minhas esperanças semanais sempre se renovam! É no sábado que tenho a certeza que vou pisar meus pés pra fora de casa e, acreditem, no meu momento atual, isso é raridade xD
É sábado que provavelmente almoçarei fora, ou minha mami fará uma comida especial. É no sábado que como chipa da vó toda tarde, e revejo as pessoas mais importantes do mundo, minha família linda. É no sábado que percebo como meus priminhos tão crescendo mais e mais, e que aproveito com eles os poucos momentos de quando eles ainda são crianças. Tem coisa mais divertida do que brincar com criança simpática e educada? N-Ã-O!
E é no sábado que eu provavelmente vou dar uma namorada, talvez rever os amigos, jogar bozó com a Paty ou perder na canastra. E depois disso tudo, provavelmente é no sábado que ainda terei tempo para assistir algum filme tardão da noite, aquele que eu quero ver há séculos mas que só estreia aos sábados no TeleCine xD
Sábado é bom porque o resto das pessoas não precisam trabalhar e podem dedicar tempo para as coisas que mais importam. Sábado eu me permito sair da dieta e comer coisas ótemas sem me sentir culpada. Sábado é dia do doce, do chocolate, da sobremesa...
Sábado é dia de fazer um bolo só porque a Isabelinha AMA cantar Parabéns, ou então cantar Parabéns sem bolo algum. E é dia de repetir umas 500 vezes as poucas músicas infantis que ainda lembro, ou de aprender quem sabe algumas novas só para poder divertir os pequenos =)
Sábado é melhor do que domingo porque na TV passa algumas coisas que prestem e não tem aquela melancolia de fim-de-semana terminando, como todo domingo tem. Sábado é o começo de algo, e de algo muitooo divertido.
Teria outras explicações, apesar de não precisar, afinal, acho que quase todo mundo ama sábado assim como eu, mas meu tempo acabou já que minha irmã está vindo me buscar para irmos almoçar...
A todos, um ótimo sábado e um delicioso domingo.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Pensei nisso por um instante


“Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás passar para atravessar o rio da vida, ninguém exceto tu, somente tu.

Existem por certo inúmeras veredas, e pontes, e semideuses que se oferecerão para levar-te do outro lado do rio; mas isso te custaria a tua própria pessoa: tu te hipotecarias e te perderias.
Existe no mundo um único caminho, por onde só tu podes passar.

Para onde leva? Não perguntes, segue-o”.

(Nietzsche)

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Os Miseráveis

Além de Susan Boyle (claro!), a temporada de One Tree Hill que ando assistindo também trata dessa obra tão famosa, que até hoje não li.
Resolvi ir em busca de algumas citações do autor do livro, Victor Hugo, e resolvi postar aqui algumas que adorei:

"Verdade ou não, o que se diz dos homens ocupa, por vezes, tanto lugar na sua vida e sobretudo no seu destino como o que eles próprios fazem".

"Meus amigos, nunca digam que há plantas más ou homens maus. O que há são maus cultivadores".

"Ser bom é fácil. O difícil é ser justo".

"Sede como os pássaros que, ao pousarem um instante sobre ramos muito leves, sentem-nos ceder, mas cantam! Eles sabem que possuem asas".

"Porque a vida passou antes que pudéssemos viver".

"A suprema felicidade da vida é a convicção de ser amado por aquilo que você é, ou melhor, apesar daquilo que você é".

"O futuro tem muitos nomes. Para os fracos, é o inalcansável; para os temerosos, o desconhecido; para os valentes, a oportunidade".

sábado, 30 de maio de 2009

A derrota (e a vitória) de Susan Boyle

Suponha que você seja uma mulher e que quase chegou na casa dos 50 anos. Suponha que você aparenta ser bem mais velha do que realmente é. Suponha também que você é como Drew Barrymore e que nunca foi beijada, que passou grande parte da sua vida cuidando de uma mãe doente que um dia morreu e que se tornou a típica velha que tem um gato como companheiro.

Essa ERA Susan Boyle, poucas semanas atrás. Até que ela teve a idéia de sair de sua casa, de um vilarejo tão,tão distante, e tentar a sorte num programa de TV. Seu objetivo? Ser uma cantora profissional.

E foi o que ela fez. Quando ela subiu no palco para o primeiro teste, a primeira impressão de praticamente TODO MUNDO foi: ela é mais velha do que deveria, e mais feia também. Os jurados riram, o público fez piadinhos do tipo "FIU FIU", como que para demonstrar que todos sabiam que ela era feia e que não tinha a menor chance de ganhar nenhum concurso.

Mas ela cantou e, como se não se importasse, ela cantou bem. Acho que o que Susan fez para o mundo não foi simplesmente cantar, ela deu mais do que isso. Muitos cantam melhor que ela.

Com uma música que em sua letra diz "Eu sonhei que minha vida seria diferente desse inferno que eu vivo..." ela mostrou para quem quisesse ver que ser feia não importava muito, ou, o que é ainda melhor, mostrou que ser feia pode ajudar alguém!

Ela foi para a semi final, e depois para a final. De longe, era a maior favorita de qualquer programa parecido que já existiu. Mas hoje, nessa noite da grande final, Susan levou "apenas" o segundo lugar.

Para ser sincera, eu não achava que ela merecia ganhar, porque considero que muitos outros concorrentes cantavam melhor que ela, eram mais encantadores, lindinhos, e merecedores, mas agora que ela realmente não ganhou, sinto uma ponta de remorso, por ter sido tão dura com a coitada, e por dizer e repetir que ela nem era tão grande coisa assim.

Ainda acho que ela não é a melhor cantora, e, obviamente, não é a mais bonita, mesmo agora sem cabelos brancos e se vestindo um pouco melhor, mas, de algum modo, agora queria tanto que ela ganhasse!!!
Ainda vivemos num mundo, e creio que viveremos por muito tempo ainda, de gente que se acha melhor do que os outros por ser abençoado com uma boa genética. Eu mesma vivo fazendo uma dieta atrás da outra para ser tão magra quanto gostaria de ser.

Susan nunca vai ser bonita, isso é fato. Mas, vamos ser realistas, ela foi dar entrevista pra Oprah! Pra Oprah!!!! O vídeo dela é um dos mais vistos até hoje, e até aqui no Brasil ela apareceu em vários telejornais e foi alvo de muita fofoca pelo mundo todo. Qualquer um hoje sabe quem é Susan Boyle, mesmo torcendo por ela ou não.
Dizem que ningúem se lembra do segundo lugar, que só quem ganha é que entra para a história, e por isso necessitei escrever esse post agora, mesmo morrendo de sono e de frio, porque acho que não conseguiria fechar o olho sem expressar o que a derrota dela significa.

Mesmo perdendo, ela saiu toda rebolando do palco e não me parecia triste ou desapontada. Creio que o que ela sente agora é alívio, por tudo ter acabado e por ela ter sobrevivido. A mídia caiu em cima da coitada, comentava até o roupão que ela usa, entre outras coisas piores.
A pressão era grande. Para alguém que nunca beijou, ela até que conseguiu lidar bem com isso. Não deve ser tão fácil como parece sair do anonimato da noite pro dia e ser perseguido em todos os lugares, se sentir pressionado para ser o melhor e naõ ter outra opção além de ganhar.
Pois bem, ela fez o que veio fazer (cantar) e não ganhou, e foi por ela não ter ganho que eu vim aqui escrever. A derrota dela vai ser melhor do que a vitória, acreditem, porque, se tivesse ganho, todos falariam que isso já era óbvio, que o povo pode até ter roubado para ela ganhar, que foi comprado e bla bla bla, mas ela perdeu!!! E eu descobri isso porque li a seguinte manchete: Susan Boyle perdeu na final! Notem que a notícia não era: Grupo Diversity ganha o Britan's Got Talent. Muita gente mal sabe quem é o Diversity, apesar deles terem ganho! E é por isso que a Susan entrou para história, porque perdeu, mas também porque ganhou muito mais do que todos supunham.

Minha mãe ama a Susan, e eu sei como isso é difícil, já que ela não sabe nada de inglês e nem entende o que a Susan canta ou fala, mas isso não importa, porque minha mãe ama a Susan como um todo, a história dela, a feiura dela, a voz dela, mesmo quando não sabe o que ela diz. Para mim isso faz muito sentido.
A Susan é sobretudo corajosa porque nunca deixou que a opinião dos outros a impedissem de fazer o que ela gosta de fazer. Simples assim. Parece bobo, mas eu conheço um tantão de gente que não faz o que gosta porque tem medo de falhar, e realmente admiro qualquer passo que uma pessoa dá rumo ao maior sonho que tem, porque nenhuma derrota pode ser maior do que aquela chance que não aproveitamos, daquele caminho que não seguimos, daquele sonho que não vivemos.

Tenho certeza que a Susan vai gravar um CD e vai ganhar muita grana, ao menos é isso o que espero. Tem tanta gente por aí sem talento algum que fica milionário só porque tem bunda boa ou porque, de algum modo, nasceu com a bunda viradona pra lua. Eu comprarei o CD dela e darei de presente para minha mami, que amanhã vai fazer uma cara de lamentação quando eu contar que a Susan não ganhou o programa!!

Mas é isso, assim é a vida, inesperada e estranha, surpreendente e divertida.
E agora eu torço para que a Susan arrume um cara que a ame ou que pelo menos dê uns bons amassos nela xD

segunda-feira, 25 de maio de 2009

O dia depois de ontem...

Pois é, ontem foi the big day.
Teria sido maior ainda se eu tivesse ido melhor no concurso, mas não é um post para lamentações.

Vim escrever porque estou feliz, apesar dos pesares. E isso começou ao assistir um filme idiota, na sexta-feira passada, chamado Amor de em Las Vegas ou sei lá, com a feia da Cameron Diaz e o péssimo ator Ashton Kutcher (que, ao menor, faz algo de útil na vida dele que é tchururu com a Demi Moore uhahuahu)

Enfim, o filme é tosco que dá dó, um tanto engraçadinho e com final feliz, como sempre. E seria completamente inútil eu ter assistido se não fosse uma frase que eles repetem algumas dezenas de vezes.

Algo como: Prefiro não fazer nada e ser feliz do que fazer algo que não gosto.

Erros de gramática à parte, o que interessa é o conteúdo da mensagem. E eu gosto dele =)

Óbvio, ele pode ser usado como uma desculpa esfarrapada para aqueles vagabas que jamais querem arrumar um serviço e também ele não poderá nunca ser usado por alguém que realmente precisa ganhar dinheiro para sustentar a família, mas eu acho que a frase se encaixa perfeitamente na minha vida atual, eu que não faço parte nem no time dos desocupados-com-orgulho e nem no dos que-precisam-botar-comida-na-mesa.

Eu me encaixo em outra categoria, aquela dos milhões de jovens que se formam na faculdade e não sabem ao certo porque fizeram isso xD

Não que despreze meu curso de Jornalismo, pelo contrário, aprendi algumas coisinhas e fiz grandes amigos, cresci como pessoa e, o que é melhor, realizei o sonho de escrever um livro, o que me deixa feliz até hoje. Mas só isso não me basta.

O que eu queria mesmo era ter achado a coisa certa para fazer pelo resto da vida, algo que me deixasse estusiasmada e feliz, que me desse energia, vida e, é claro, dinheiro xD

Se tem algo broxante é ver essas pessoas de meia idade infelizes e frustradas com o emprego que têm. Algumas até conseguem ganhar muita grana mas, por vários outros motivos, não se sentem realizados, muito menos felizes. É esse tipo de pessoa que eu não quero ser.

Tudo bem que eu ainda não sei o tipo de pessoa que, de fato, eu quero ser, mas isso não vem ao caso agora hehe

O que quero dizer com tudo isso é que ser pelo menos classificada no primeiro concurso para o qual estudei na vida é algo que me deixa animada. Óbvio que ser classificada não vai me dar o emprego, mas me mostra que tô no rumo certo, de estudar, me esforçar e tentar fazer o melhor que posso. Isso não foi suficiente dessa vez, mas quem sabe na próxima?

Por isso vou continuar estudando e aprendendo coisas novas, porque isso é melhor do que simplesmente arrumar um emprego que pague 500 reais, trabalhar o dia todo e à noite ter a certeza de que não tô fazendo a coisa certa.

Até descobrir o que realmente vai me fazer bem, vou ficar estudando, aprendendo e tentando me dar bem num concurso. Talvez quando eu passar em algum, acabe descobrindo que o serviço é um saco, mas pelo menos vou ter algum incentivo para isso (o dindimmm) e isso será melhor do que ganhar pouco e trabalhar muito.

Eu não recrimino aqueles que trabalhem, mesmo achando aquilo um saco, pelo contrário. Sei que muitos fazem isso porque precisam se ocupar, precisam ganhar dinheiro para se sentirem bem, satisfeitos e úteis, e isso é digno de todo o respeito. Talvez daqui algum tempo eu também faça isso para então descobrir que ter um emprego meia boca é melhor do que não ter emprego algum!

Mas meus dias de estudo vão continuar por enquanto, porque percebi que isso me faz bem, apesar de ser canstivo, estressante e ter toda uma pressão em cima de mim. Tomara que não fique frustrada se as coisas não saírem como eu planejei e que eu esteja preparada para o que der e vier.

Ou quem sabe daqui a pouco eu arrumo um super emprego e dê uma festa com meu primeiro salário, né? :P

Se puderem, torçam por mim =)

sexta-feira, 22 de maio de 2009

A arte de se manter são


Às vezes fico pensando em como não enlouquecer nos dias de hoje e me pergunto se isso também acontece com todo mundo.

A gente vive uma vida tão corrida, cheia de coisas, parece que tudo precisa ser rápido, pra ontem, e qualquer coisa fora disso já causa desconfortos. Talvez isso tenha começa com a Internet, primeiro discada, que ainda nos testava e nos fazia ter paciência. Lembra de quando a gente precisava "conectar", ouvir aquele barulho irritante e rezar para que desse certo?! Eu me lembro das várias horas que esperava isso acontecer, e às vezes eu ficava mais horas tentando conectar do que, de fato, usando a internet! Hoje isso parece meio irreal, mas naquele tempo pelo menos a gente ainda precisava ter paciência.

Agora não é mais assim, pelo menos no meu caso. Ligo o pc e já estou automaticamente conectada, já entro no MSN e vejo se tenho scraps no Orkut. E quando isso começa a ficar lento (não absurdamente lento, mas o suficiente para ser mais lento do que o normal) o estresse já começa! Eu simplesmente não consigo esperar alguns instantes para carregar as páginas etc., isso me incomoda e é melhor desistir do que insistir.

Percebi isso claramente ontem, quando estava usando o pc do quarto da minha irmã, coitado, ele já tá meio velho e lotadoo de fotos e músicas, o que o torna, é claro, bem menos rápido do que o meu notebook relativamente novo e "vazio". Enfim, estava eu fuçando em alguns sites a pedido da minha mami, atrás de umas receitas de roupas de crochê, e aquilo estava demorando demais!! Eu xinguei, bati, gritei e desisti. Acho que minha mãe não entendeu bem o pq, já que ela não faz parte desse mundo virtual e achava que era normal demorar alguns segundos para que as fotos das roupas aparecessem bem na tela do pc.

Consegui imprimir duas receitas que ela queria, e ambas ficamos satisfeitas, mas isso me fez pensar no assunto sobre o qual escrevo agora, a minha falta de paciência.

Talvez ela exista até antes mesmo da rapidez que a Internet trouxe às nossas vidas, mas com certeza isso piorou - e muito - a situação.

Vai parecer clichê falar disso, mas com certeza era bem diferente na época em que a comunicação era feita por cartas. Demorava dias, até semanas! Isso para mandar, e mais outras tantas para receber a resposta! Hoje, se um e-mail fica sem resposta por mais de 3 dias, a gente já acha que a resposta não vai mais vir mesmo e parte pra outra!

Eu vejo essa ânsia de rapidez nas crianças também. Elas já nasceram nessa sociedade interativa e globalizada, então pra elas será ainda pior com o passar do tempo. Elas nem saberão ao certo o que é uma carta e quando contarem a elas que antigamente a Internet era algo impensável, serão capazes de rir na nossa cara. É sério, hoje em dia as crianças de 1 ano já sabem o que é um computador e, o que é ainda mais estranho, elas amam aquilo!!

Sei lá, às vezes me sinto privilegiada por ter tido um pouco desses dois mundos. Quando era criança, ia para o lugar onde meu pai trabalhava para brincar nas máquinas de escrever! E quando mudava de cidade, conversava com minhas amigas por cartas! E era tão tão emocionante isso tudo. Tem coisa mais divertida do que receber um pacote pelo correio? Sei lá, o papel, a letra, os adesivos colados, a dedicação que requer escrever uma carta, acho que isso um e-mail nunca vai ter.

Talvez assim eu tenha aprendido a dar valor às cartas e, apesar de toda minha impaciência atual, eu ainda aprecie isso mais do que aprecio qualquer coisa que a Internet possa me oferecer.

Voltando à realidade atual, e ao que me faz não enlouquecer de vez nessa rapidez incontrolável, eu paro e penso que há alguma chance de salvação pra mim. Penso na música e no fato de escrever, e isso me deixa mais tranquila. Penso nos livros que ainda serei capaz de ler e na delicadeza com que todos os autores os escrevem, e isso me faz ter paciência para esperar que eles primeiro os escrevam, para que depois eu os possa ler.

Pra não ficar louca de vez, tenho que me apegar a essas poucas coisas que me são sagradas, senão sou capaz de me afundar no estresse que MSN, Orkut etc são capazes de me causar.

Acho que se manter são nos dias de hoje é uma arte mesmo. E, para isso, vale tudo: terapia, rezas, muito chocolate, beijo na boca, fotografias, música, banho de mar, cinema, Lost, família, amigos, esperança.

Eu realmente ter essa esperança de que tudo ficará bem. Que eu vou conseguir me manter mentalmente saudável apesar de tantas coisas me causarem o contrário. Talvez seja mais fácil manipular pessoas descontroladas, à beira da loucura, e que por isso o mundo deseje tanto e se esforce tanto para enlouquecer a todos.

E talvez por isso a gente precise tanto se esforçar a ir contra isso e dizer não. Apesar do que nos acontece todo dia, apesar dos nossos hábitos estranhos, dos nossos cotidianos esquisitos, da nossa alimentação não balanceada e de nosso desejo de ter tudo pra agora, apesar disso a gente vai conseguir, pelo menos, manter algo de são na nossa mente confusa.

E é por isso que, apesar de eu ter milhões de coisas para estudar, já que o concurso é no domingo, apesar disso eu venho aqui escrever no blog, porque sei que preciso disso para não enlouquecer, em meio a licitações e contribuições previdenciárias.

Por isso que, se eu puder dar um conselho, eu diria que cada um de nós precisa achar algo que nos faça bem e fazer isso todo santo dia, só assim vamos conseguir afastar um pouco os problemas, dúvidas, dores, cansaço, torcicolo, e sobreviver lindamente a isso =)

Meu tempo de "recreio"de hoje acabou, mas amanhã tem mais...

quarta-feira, 20 de maio de 2009

FilmeS


Entre estudos e estresse, nesses útimos dias assisti no cinema Wolverine, que, por incrível que pareça, é legal! Eu que nem sei direito o que significa X-Men, acabei gostando do super Wolverine, gostosão (by Carol) e acabei me divertindo =)
Ao contrário, ontem perdi 1h20min da minha preciosa noite assistindo a Cloverfield - O Monstro. Ok, um filme com esse nome nem é digno de ser visto mesmo, mas eu pensei: ah vou dar uma chance, quem sabe esse não seja o primeiro filme de monstro que eu goste...
Ledo engano!! Uma merda, sorte que é bem curto, senão eu teria perdido mais tempo ainda!
E agora acabei de rever a parte final do Na Natureza Selvagem e chorei - de novo! - alguns rios de lágrimas!! Oooo filme triste, é daquele tipo que a gente torce até o finalzinhooo para que tudo fique bem e que a pessoa tenha um final feliz mas daí puFFFF, a vida real bate à porta e a gente se toca que o jeito é chorar mesmo xD

Enfim... sem muito assunto pra escrever, vou voltar aos meus estudos porque o concurso é domingo e eu ainda tenho que aprender sobre licitações e processos administrativos...

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Orgulho & Preconceito


Fazia tempo que eu tinha assistido esse filme no cinema e confesso que me surpreendeu o fato dele conseguir ser engraçado, apesar de ser basicamente uma história de amor.
Elizabeth é uma das minhas personagens favoritas entre todas do mundo todo, talvez porque haja muito dela em mim. E o Mr. Darcy?? Ele é CHATO! Desde quando os príncipes encantados são chatos? Raramente, e isso o faz ser tão especialzinho =)

Enfim... eu li o livro na semana passada e descobri que a história toda é legalzita, tudo porque Jane Austen é uma escritora pra lá da boa. Sei lá, ela consegue ter limite, balancear a coisa toda, e no fim não vira um drama, nem uma comédia nem simplesmente uma história de amor, vira uma mistura dessas coisas e de muitas outras que geram uma coisa melhor ainda.

E tudo isso eu descobri ao devorar o livro em 2 dias! A gente sabe que um livro é tudo-de-bom quando a gente não consegue parar de lê-lo. É como devorar uma comida bem gostosa, tipo petit gateau do Ti Batata, assim também é quando nos deparamos com um livro bom. Ok, essa comparação foi digna de uma pessoa com mente gorda, mas até que faz sentido...

Sem mais delongas, quem puder leia o livro, assista ao filme, mas não esqueçam que o Mr. Darcy é só meu, da Elizabeth e da Carol ;)

PS: Só agora, quando fui procurar uma foto do filme, é que percebi que o Mr. Darcy não é o ator que eu pensava que era! Pára tudooooooooooooooooooo hauhahua eu jurava que o ator era o Colin Firth, tô chocada! Da onde tirei isso? E li o livro todo imaginando o Darcy com a feição do Colin Firth! Que bizarro! Agora vai ser sempre a imagem que terei dele xD

sábado, 9 de maio de 2009

Palavras de uma psicóloga experiente

(CARLA MOURA PSICÓLOGA, ESPECIALISTA EM SEXOLOGIA)

Tenho um conselho valioso para dar aqui: se você acabou de conhecer um rapaz, ficou com ele algumas vezes e já está começando a imaginar o dia do seu casamento e o nome dos seus filhos, pare agora e me escute! Na próxima vez que encontrá-lo, tente disfarçadamente descobrir como é sua barriga.

Se for musculosa, torneada, estilo `tanquinho´, fuja! Comece a correr agora e só pare quando estiver a uma distância segura. É fria, vai por mim. Homem bom de verdade precisa, obrigatoriamente, ostentar uma barriguinha de chopp. Se não, não presta.

Estou me referindo àqueles que, por não colocarem a beleza física acima de tudo (como fazem os malditos metrossexuais), acabaram cultivando uma pancinha adorável. Esses, sim, são pra manter por perto. E eu digo por quê.

Você nunca verá um homem barrigudinho tirando a camisa dentro de uma boate e dançando como um idiota, em cima do balcão. Se fizer isso, é pra fazer graça pra turma e provavelmente será engraçado, mesmo. Já os `tanquinhos´ farão isso esperando que todas as mulheres do recinto caiam de amores - e eu tenho dó das que caem.

Quando sentam em um boteco, numa tarde de calor, adivinha o que os pançudos pedem pra beber? Cerveja! Ou coca-cola, tudo bem também. Mas você nunca os verá pedindo suco. Ou, pior ainda, um copo com gelo, pra beber a mistura patética de vodka com `clight´ que trouxe de casa. E você não será informada sobre quantas calorias tem no seu copo de cerveja, porque eles não sabem e nem se importam com essa informação.

E no quesito comida, os homens com barriguinha também não deixam a desejar. Você nunca irá ouvir um ah, amor, `Quarteirão´ é gostoso, mas você podia provar uma `McSalad´ com água de coco. Nunca! Esses homens entendem que, se eles não estão em forma perfeita o tempo todo, você também não precisa estar.

Mais uma vez, repito: não é pra chegar ao exagero total e mamar leite condensado na lata todo dia! Mas uma gordurinha aqui e ali não matará um relacionamento. Se ele souber cozinhar, então, bingo! Encontrou a sorte grande, amiga. Ele vai fazer pra você todas as delícias que sabe, e nunca torcerá o nariz quando você repetir o prato. Pelo contrário, ficará feliz. Outra coisa fundamental: Homens barrigudinhos são confortáveis! Experimente pegar a tábua de passar roupas e deitar em cima dela. Pois essa é a sensação de se deitar no peito de um musculoso besta. Terrível! Gostoso mesmo é se encaixar no ombro de um fofinho, isso que é conforto.

E na hora de dormir de conchinha, então? Parece que a barriga se encaixa perfeitamente na nossa lombar, e fica sensacional. Homens com barriga não são metidos, nem prepotentes, nem donos do mundo. Eles sabem conquistar as mulheres por maneiras que excedem a barreira do físico. E eles aprenderam a conversar, a ser bem humorados, a usar o olhar e o sorriso pra conquistar.

É por isso que eu digo que homens com barriguinha sabem fazer uma mulher feliz.


* Recebi o texto do meu primo, por e-mail xD
** Não que eu sinta atração pelo Ronalducho, mas quando li o texto acabei lembrando da criatura, então...

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Beleza interior!

A cada ano, a "beleza" das candidatas a Miss Brasil me impressiona! De boa, ou eu que sou muito crítica, ou elas que são muito feias mesmo! E nada contra a feiura, mas num concurso de beleza, é de se esperar que, ao menos, elas sejam BONITAS!!

Nesse ano, a situação parece que piorou! Se eu fosse obrigada a escolher a menos feia, diria que a de Santa Catarina merece uma chance.

Vou fazer o Top Five (by CQC) das candidatas à beleza INTERIOR:

Lembrando que elas estão super, hiper, ultra, mega maquiadas!! O que importa deve ser o corpo mesmo, só pode!!
Cansei de falar mal do povo, vou voltar para minha adorável leitura de Orgulho & Preconceito =)
Beijo, me liga!

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Eu só quero chocolate...

A Páscoa, até que enfim, ficou pra trás. Nesse ano dei um duro danado pra conseguir exterminar todos meus ovos. Quando, enfim, achei que tinha conseguido, ontem achei um resto de Ovo Tentação (by Chanton) da Anne na geladeira, e fui "obrigada" a comer.
The end, chega, já era, chocolate só no ano que vem!

HA HA HA!

Ano que vem? Só se for hoje xD

Passei alguns minutinhos depois do almoço fazendo uma sobremesa que aprendi com minha ídala Nigella (o programa dela passa no GNT, nunca soube a hora exata). Chama "Potinhos de chocolate quente". Perfect!

Como prometi a receita para a Carol, resolvi postar aqui no blog para as quatro, cinco pessoas que entram aqui xD É MUITO fácil de fazer (se até eu dou conta...) e fica divino!

Aí vai:

- 125g de chocolate meio amargo
- 125g de manteiga
Derreta os dois em banho-maria e reserve num canto.


Misturar bem numa vasilha:

- 2 ovos
- 150g de açúcar
- 3 colheres de sopa de farinha de trigo

Juntar essa massa grudenta com o chocolate derretido e misturar.

Untar com margarina potinhos (veja na foto!) e enxê-los com a maravilhosa mistura cor de chocolate. Dependendo do tamanho do pote, rende umas 4 porções. Colocar os potes sobre uma forma e enfiar tudo no forno.

Assar por 20, 25 minutos a 200° C.

FIM!!!


Talvez precise de mais um tempinho no forno, mas daí vai da pessoa querer que a massa fique mais cremosa por dentro ou mais firme. Eu, particularmente, prefiro que fique como um petit gateau, com o "recheio" mais mole, uma delícia!

Eu como quente, acompanhado de sorvete de creme ou sozinho mesmo. Depois que vai esfriando, fica com uma consistência mais dura, praticamente um cookie (by Kelly), mas continua uma maravilha.

Não esqueçam de untar bem os potinhos para que a massa não grude muito.

Coma, engorde alguns quilinhos e seja feliz xD

terça-feira, 5 de maio de 2009

Quando o inverno chegar...

Do nada, o frio veio! Eu amo isso! Amo esse tempo que arrepia tudo, mas eu amo mais ainda quando ele vem sem avisar.

É como um inverno no outono. O melhor é que nós, moradores do centro-oeste brasileiro, sabemos que nunca dura muito. Não é como morar no sul, onde semanas de sucessivo frio fazem a gente implorar por um sol mais quente. Digo por experiência própria que a maioria das pessoas que amam o frio, só o amam porque raramente convivem com ele.

Por isso que, quando morei em Santa Catarina por alguns anos, era tão estranho todas aquelas pessoas esperarem desesperadamente pelo verão! Lá, o verão é verão de verdade, com todos os suores e clichês. O mesmo acontece com o inverno: frio e seco, simples assim.

O pior era acordar cedo toda manhã para ir estudar. Usar duas calças, três casacos, meia calça por baixo de uma meia mais grossa, e até arriscar, quem sabe, um cachecol ou gorro. Os lábios rachados, nariz gelado, a fome que não passa nunca. Deve ser por isso que engordei uns 10kg quando morei lá por 2 anos e meio, comer no frio é tão mais gostoso!

Enfim... enfrentei frio de -0°, e, acreditem, com um baita sorriso na cara. O dia que vi a neve, então, quase chorei como criança no Natal. Mesmo sendo uma neve bem fina, quase transparente, para mim, que jamais tinha visto nada igual, era simplesmente mágico.

Sei lá, acho que o frio representa algo que dura pouco, por isso é tão especial, porque é raro. Quando morei lá pra baixo, apesar de não ser mais raro, continou sendo especial porque me trouxe coisas que jamais veria ou viveria se estivesse calor. Daquele tempo, entre pessoas e momentos, o frio tem até hoje um grande papel em todas as lembranças, não esse frio que dura dois dias e não traz mais do que uma agradável surpresa. Era o tipo de frio que vinha para ficar, que às vezes machucava, mas ao mesmo tempo encantava e divertia.

Mas agora é outuno, e eu tô no Mato Grosso do Sul. É por isso que esse friozinho em pleno começo de maio causa espanto, e, ao mesmo tempo, me faz tão bem. É óbvio que a preguiça vem como efeito colateral, assim como a vontade de comer o tempo todo, se bem que isso eu sinto também no calor...

Dois dias de frio, e as previsões afirmam que vem mais por aí nos próximos dias. Hoje eu amo mais o frio do que amava antes, antes de viver tanta coisa boa quando ele estava presente. É como se ele me aproximasse daquelas pessoas, daqueles lugares, daquela vida que um dia eu tive e da pessoa que eu costumava ser.

É bom porque, mesmo eu estando tão longe, o frio me traz essa ilusão boba e feliz de que nem tudo ficou pra trás, e de que alguma coisa sempre está presente, mesmo que seja apenas esse mesmo arrepio que todo mundo sente.

Pittizinho aqui do lado!!

Para (agora sem acento, que feio!) TUDO!

Acabei de ler no meu amado globo.com que Brad Pitt tá no Brasil! Ainda mais mais perto, tá no meu estado! Aqui ao lado, em Bonito e agora no Pantanal!!

Me leva, me leva que eu tô prontaaaaaaaaa!

Tão falando que ele vai gravar um filme por aqui, que sonho!!! Sou capaz de arrumar uma troxa de roupa e me mudar pra lá perto, não faço nada de muito útil na vida mesmo...

Sem contar que ele pode resolver largar a Angelina e os 287387454754 filhos e aproveitar a vida com uma amante brasileira ^^

Ai ai, bobeiras à parte, é legalzinho ele vir pra cá, ao menos nosso Mato Grosso do Sul fica mundialmente famoso, que emoçãoooo!

Pensa andar de bote com o Brad do lado?

Tudo bem que ele tá velhinho, mas dizem que panela velha é que faz comida boa...

Vamo fingir que é o Brad com uma das nossas onças pantaneiras xD

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Gramour eu tenho...


Eu preciso urgentemente emagrecer 10 kg e mandar fazer um vestido igual a esse!

PER-FEI-TO!

(Viram? Eu até sei fazer divisões silábicas) xD

Só na morga...

Acho que feriados foram feitos para a gente poder dormir excessivamente.

Hoje, infelizmente, acordei às 6h da madrugada porque minha aula começava às 7h. Quando, enfim, pude voltar ao meu trono perfeito chamado cama, desmaiei por 3h seguidas. Isso, é claro, depois de comer um super almoço, um peixe ao molho branco + molho vermelho + queijo derretido por cima by Papi e Mami. Tem coisa melhor do que dormir, ainda mais depois de encher a pança? Ter, até tem, mas não é algo que a gente possa fazer toda santo dia... xD


Ah enfim, o problema do feriado é que ele dá a maior preguiça. Só levantei da cama porque minha bexiga tava quase estourando e porque me deu uma louca vontade de comer doce. Resumindo: comi metade de um ovo de páscoa trufado! Tudo bem que ele era bem pequeno, mas comer metade de qualquer coisa é sempre um exagero, menos se for metade de um ovo de codorna :P


Agora tô aqui, passando mal, com preguiça, precisando tomar banho, assistindo desenho e sentada inutilmente em frente ao pc. Mas não é esse o propósito de todo feriado?


E só mais um detalhe: hoje tá com muitaaa cara de sábado!! Se tem algo que me agonia é viver um dia com a impressão de que ele é outro. Que aflição!


Ainda bem que amanhã ainda será sábado e, apesar das aulas de manhã e à tarde, à noite tenho uma festa de casamento para ir. E isso é quase melhor do que dormir com a barriga cheia...

PS: Não é bizarro as pessoas NÃO trabalharem em pleno dia do TRABALHO????

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Gostinho do passado

Algo que uma amiga minha me falou pelo MSN agora me deu uma louca e incontrolável vontade de tomar Fanta Morango + Vodca!
Vejam bem, eu raramente bebo, nem gosto de quase nenhum tipo de bebida, mas essa combinação era a mais perfeita que existiu. "Era" porque há séculos eu não vejo Fanta Morango para comprar, já saiu de linha, desapareceu, faliu, e eu fiquei orfã! Ai ai.
Não era só o gosto, a cor (rosa!) e o cheiro faziam daquilo algo irresistível. Sem contar que me faz lembrar de uma época que jamais deve ser esquecida.
Sei lá, acho que algumas coisas realmente marcam a gente pra sempre. Como Chiquititas ou Backstreet Boys, acabam representando não só uma novela brega ou músicas-gay, mas também carregam todo um sentido sentimental e poético pela fase que marcaram nossa vida. É estranho, mas eu gosto mais do Nick Carter não por ele ser loiro ou gato, muito menos pela voz, e sim porque ele me faz lembrar de um tempo em que ser fã dele era divertido, mágico e inocente.
Faz sentido?
Ah, enfim, que saudade da minha fanta morango com vodca e gelo. Garotas de 15 anos supostamente não deveriam beber, e eu hoje sei que isso não era algo legal. Mas fazer o que se foi a época perfeita para quebrar a cara, passal mal e sobreviver? Hoje, aos 21, eu sei muito bem o que quero e o que não quero para minha vida, por isso beber não me gera mais emoção nem chega a ser tão divertido como foi um dia.
E tudo isso porque numa bela noite alguém me apresentou a fanta de morango com vodca e gelo, toda rosinha, toda geladinha, cheirosinha e com gosto de coisa feliz.
Pena que acabou...

quarta-feira, 29 de abril de 2009

You Gotta Be

http://www.youtube.com/watch?v=r32vw4260G4

"Listen as your day unfolds
Challenge what the future holds
Try and keep your head up to the sky
Lovers, they may cause you tears
Go ahead release your fears
Stand up and be counted
Don't be ashamed to cry

Herald what your mother said
Read the books your father read
Try to solve the puzzles in your own sweet time
Some may have more cash than you
Others take a different view
My oh my

You gotta be...
You gotta be bad, you gotta be bold, you gotta be wiser
You gotta be hard, you gotta be tough, you gotta be stronger
You gotta be cool, you gotta be calm, you gotta stay together
All i know, all i know, love will save the day

Time ask no questions, it goes on without you
Leaving you behind if you can't stand the pace
The world keeps on spinning
Can't stop it, if you tried to
This best part is danger staring you in the face"

(Essa foto é a cara da Ari) ;**

domingo, 26 de abril de 2009

A arte de sonhar

Ando ainda mais emotiva nesses dias porque a TPM causa, entre outras coisas, isso em mim.
Então acabei percebendo que, se tem algo que me emociona, é ver pessoas realizando seus sonhos. Percebi isso quando chorei com Susan Boyle cantando, e com todas as outras pessoas que sonham em cantar, e ganhar dinheiro, fama, ou qualquer outra coisa com isso. Percebo isso também quando vejo as pessoas ganhando casas novas no Extreme Makeover ou quando torço até para pessoas fictícias conseguirem conquistar o que tanto desejam, nem que isso signifique casar com um grande amor, assim como a Miss Poter.
Depois fico me pergunto por que será que torço tanto para que as pessoas se dêem bem em relação aos seus sonhos, grandes desejos, e acabo me tocando que torço por elas porque não consigo torcer para mim mesma. Acho que os sonhos das outras pessoas me emocionam tanto porque eu mesma não sei ainda com o que sonhar.
Digo, é óbvio que quero muitas coisas, como ganhar na Mega Sena, conhecer vários lugares, ir pra Disney com a Paty e ser muito magra, mas nada disso representa para mim o grande sonho da minha vida. Faz sentido?
Sei lá, é como aquela criança que já sabe o que quer fazer da vida, como ser médico, mesmo nem sabendo ao certo o que isso, de fato, significa. E quando ela cresce e acaba conseguindo o que queria, vive feliz, por saber que sempre soube o que era melhor para a vida dela.
Eu jamais fui assim. Queria ser empregada doméstica ou frentista de posto, e hoje nem sei por que queria isso. Nem de carro eu gosto, muito menos de limpar a casa!! Também nunca sonhei em ser jornalista, ohh vamos mudar o mundo com a comunicação, vamos salvar pessoas, denunciar os corruptos, gerar grandes mudanças.. Não, eu nem sequer sonhei em escrever sobre moda ou, quem sabe, culinária!
Mas eis que agora, já formada, vez ou outra me pego falando: eu devia ter sido cabeleireira, gosto tanto de ver o corte do cabelo tomando forma! Ou penso: "queria cuidar de gente com distúrbios alimentares", daí a Paty olha pra mim e diz que eu devia ter feito nutrição. Ou até mesmo psicologia, quando ela começa a falar super empolgada das coisas da faculdade dela e eu me empolgo junto. Ou será que eu devia ter feito Direito, meu Deus?
Mas não sinto falta das coisas que não cheguei a fazer, nem tampouco das coisas que já fiz um dia. Do que eu sinto falta mesmo é desse desejo profundo, desse grande sonho da minha vida que jamais existiu.
O que será que a gente sente quando deseja algo com todo o coração, útero e cérebro?? Será que quando isso se realiza a gente sente aquela coisa chamada felicidade e será que ela permanece pra sempre na gente depois disso?
Acho que por isso me emociono. É brega, eu sei, mas choro feito bezerro desmamado quando vejo a emoção de quem conseguiu o que queria. Sei lá, é um ato corajoso seguir sonhos, ainda mais quando eles são meio malucos, ou bem difíceis de se realizarem. Sonhar por sonhar também não vale nada, por isso que valorizo tanto aqueles que vão em busca do que querem sem nem olhar pra trás, nem olhar pro lado ou perder tempo só olhando pro céu.
Talvez as pessoas que querem tanto alguma coisa nunca se entediem. Mesmo que passem por muitas provações, mesmo que quebrem a cara tantas vezes, que se magoem com tantos "não", talvez se elas nunca desistirem, algum dia conquistam o que querem, e serão felizes como jamais pessoas como eu serão. Talvez elas realmente consigam isso ou, pelo menos, morram felizes tentando, porque têm certeza que fizeram a coisa certa.
E enquanto elas realizam coisas grandes (mesmo que pareçam pequenas para o resto do mundo), eu fico aqui, sem saber o que sonhar, o que querer, rezando para descobrir logo ou que, pelo menos, o prêmio de 10 milhões da Mega Sena venha para mim xD